Capítulo 15: Da crise ao milagre (1960-1973) - Fichamento
1.
Segundo o PAEG, a principal causa da inflação
era o excesso de demanda, dada em função da tendência ao déficit público, da
elevada propensão a consumir e também da falta de controle sobre a expansão do
crédito. Assim, a política implementada visava diminuir os impactos negativos
da inflação através da correção monetária e controlar de forma gradualista a
aceleração inflacionária e, assim, obter ganhos paulatinos, baixando pouco a
pouco o patamar inflacionário.
2.
As principais dificuldades geradas pelo
processo inflacionário eram: i) inflação conjugada à Lei de Usura, que
desestimulava a canalização de poupança para o sistema financeiro; ii) a Lei do
inquilinato numa situação inflacionária constituía-se em forte desestímulo à
aquisição de imóveis e, conseqüentemente à construção civil; iii) a desordem
tributária, dada a ausência de correção monetária, no caso dos débitos fiscais,
estimulava o atraso de pagamentos e, no caso dos ativos e do patrimônio das
empresas, levava à tributação de lucros ilusórios;
3.
Os principais fatores que contribuíram para o
“milagre” econômico foram as reformas institucionais e da recessão do período
anterior, que geraram uma capacidade ociosa no setor industrial e as condições
necessárias para a retomada da demanda. Além disso, o crescimento da economia
mundial também permitiu a superação das taxas históricas de crescimento.
4.
As principais medidas feitas pelo Paeg foram:
i) redução do déficit público mediante a redução dos gastos e da ampliação das
receitas; ii) restrição ao crédito e aperto monetário; iii) Contenção de
demanda mediante a política salarial.
5.
O papel do estado na agricultura evoluiu a
partir da criação de um novo arcabouço que pudesse contribuir para a
modernização agrícola. Para isso, foram criados o Sistema Nacional de Crédito
Rural (SNCR), e as Políticas de Garantias de Preços Mínimos (PGPM). Estes
tiveram como mecanismos básicos a Aquisição do Governo Federal – AGF, e o
Empréstimo do Governo Federal – EGF. Também merece destaque neste período a
criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, bem como o
incentivo à cana-de-açúcar graças ao Pró-Álcool.
Extraído de:
GREMAUD, Amaury Patrick; MARQUES, Rosa Maria
(Orgs.). Economia Brasileira conteporânea.
6. Ed. São Paulo: Atlas, 2007. Capítulo
15: Da crise ao milagre (1960-1973) – págs. 338 – 413.
Comentários
Postar um comentário