Relatório de Leitura: O Chamado para o ministério de Charles Spurgeon

Introdução

O objetivo do opúsculo de Spurgeon, denominado “O Chamado para o Ministério”, é trazer indícios que demonstrem se um jovem é ou não um vocacionado para o ministério pastoral. O autor mostra que existem algumas características bem claras que evidenciam o chamado para o episcopado.
Introdutoriamente, Spurgeon lembra a importância da vocação para o exercício do ministério. Para ele, um pastor que não possui chamado para tal função é como um membro de igreja que, embora batizado e professo a sua fé, não é convertido. Ambos não são genuinamente o que nominalmente dizem ser.
Dessa forma, o grande questionamento do livro é o seguinte: como pode o jovem saber se é vocacionado ou não? É, basicamente, essa pergunta que Spurgeon responderá neste livro.


Relatório de Leitura

A primeira marca da vocação ministerial é um intenso desejo de fazer a obra. Tal desejo não deve ser como um impulso repentino, o qual também pode desaparecer rapidamente, mas sim resultado de profunda reflexão. Sendo assim, este desejo poderá suportar as provações que provavelmente acontecerão. Além disso, deve ser um desejo que não procure os seus próprios interesses, mas sim o de glorificar a Deus e de querer alcançar vidas através da pregação do evangelho.
Uma segunda evidência é a aptidão que o aspirante deve ter para ensinar. Spurgeon mostra que não basta apenas um intenso desejo de ser um pregador, mas que é necessária certa aptidão para tal função. Com o fito de verificar se o vocacionado possui tais qualidades, o autor propõe que um grupo de irmãos, bem como o próprio pastor, faça a identificação.
Entretanto, o autor acrescenta que a capacidade de ensinar não pode ser a única qualidade necessária, uma vez que o pastor irá se deparar com diversas situações de aconselhamento e conflito, as quais exigem ternura, gentileza, firmeza e coragem. Além disso, dons administrativos devem ser manifestos, visto que o pastor não é só um pregador, mas também o governante de sua congregação.
A terceira característica que Spurgeon demonstra ser necessária para confirmar uma vocação é a necessidade de que o vocacionado possua várias experiências de conversão. Mesmo considerando que muitos cristãos podem ficar uma vida inteira se esforçando para conseguir ao menos uma, o autor entende que aquele é chamado para o ministério possuirá certo número de filhos na fé.
A quarta característica que todo aspirante ao sagrado ministério deve ter é a aceitabilidade da sua pregação pelo povo de Deus. Quando aquele que prega é alguém chamado para ser pastor, afirma Spurgeon, a igreja o reconhecerá como tal. Além disso, este nunca ficará sem ocupação, uma vez que o rebanho saberá de sua voz e o chamará para cuidar-lhe.
Na parte final do opúsculo, Spurgeon descrevem alguns perfis que não se enquadram no perfil de um ministro da palavra. Neste ponto enquadram-se tanto aqueles que possuem algum problema espiritual (tendência a abraçarem doutrinas estranhas), intelectuais (falta de inteligência) e até mesmo físicas (um “tórax estreito” que traria dificuldades na hora de falar). Ao final, o autor adverte: a comprovação da vocação será feita na própria vida ministerial, sendo o exame preliminar feito ou não.

Conclusão

O livro possui uma linguagem clara e cumpre aquilo que propôs: trazer a luz evidências que mostrem quem é verdadeiramente vocacionado e quem não é. As características demonstradas são compreensíveis, além de bíblicas.
É importante ressaltar a preocupação que o autor demonstra com um exame preliminar para a identificação da vocação. Afinal, se essa verificação acontecer somente durante o ministério, sofrerá não só o então ministro como também a igreja de Cristo.
Portanto, tais características mostram que o livro é de grande ajuda para aqueles que querem entender se o seu chamado é realmente para o ministério pastoral.


Bibliografia


SPURGEON, Charles Haddon. O chamado para o ministério. São Paulo: PES, 32 p. 

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