Sobre a míope visão de Rodrigo Constantino. Ou: Leiam os pós-keynesianos!


Lendo o artigo de Rodrigo Constantino datado de 02/05/2015, deparo-me com o seguinte trecho:


"Para eles, sempre é o momento adequado para o governo expandir gastos e intervir mais na economia. Jamais vemos um keynesiano moderno pedindo contenção de gastos públicos e mais liberdade econômica, e na época da bonança, eles simplesmente ignoram a tal política anticíclica. Gastos públicos sempre para cima, é nisso que se resume o keynesianismo hoje."


No artigo, o autor procura desenvolver a ideia de que os atuais keynesianos em muito distorcem as ideias do seu pensador, por pensar em um Estado gastador, cujo único propósito é o aumento da máquina pública.

Ora, a afirmação do autor destacada acima só demonstra que possui uma visão simplista e generalista sobre quem ou o quê são os atuais keynesianos. Coloca-se "no mesmo saco" todos aqueles que se dizem seguidores do autor da Teoria Geral. Contudo, ao fazer isso, Constantino não leva em consideração que muitos autores keynesianos referem-se a necessidade de ajuste nas contas públicas e em orçamentos equilibrados. A fim de dar exemplos, cito 03 (três) nomes: Marwil-Dawila, José Oreiro e Luis Carlos Bresser-Pereira.


No entanto, deve-se admitir a existência de um keynesianismo vulgar. Mas quanto a isso, os próprios keynesianos tem se pronunciados contrários a isso. Vejam os links abaixo:



Estes também tem se pronunciado favoráveis ao ajuste fiscal, porém, dando a importante de que ele sozinho não é suficiente para solucionar os problemas da Economia Brasileira. Neste sentido, os links abaixo também são interessantes:



Portanto, ao mesmo tempo em que temos de ter o devido cuidado e ler os originais, também devemos ter cautela ao ser fazer análises generalizadas, sob o risco de se fazer escritos infelizes. 

Segue abaixo o link do Artigo citado no início do texto:

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/economia/keynes-nao-era-keynesiano-ou-leiam-os-originais/



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