Resumo Fichamento do Capítulo I do Livro Princípios de Economia de Alfred Marshall
RESUMO FICHAMENTO
LIVRO:
MARSHALL. Alfred. Princípios de Economia Política. São Paulo. Ed. Nova
Cultural. 1996. Livro I. Capítulo I.
“Economia
Política ou Economia, é um estudo da Humanidade nas atividades correntes da
vida; examina a ação individual e social em seus aspectos mais estreitamente
ligados à obtenção e ao uso dos elementos materiais do bem-estar.” (p. 77)
“Conquanto
alguns dos males que comumente vêm com a pobreza não sejam conseqüências
necessárias desta, de uma maneira geral ‘a perdição do pobre é a sua pobreza’,
e o estudo das causas da pobreza é o estudo das causas da degradação de uma
grande parte da Humanidade.” (p.78)
“A
esperança de que a pobreza e a ignorância possam ser gradualmente extintas
encontra de fato grande fundamento no seguro progresso das classes operárias
durante o século XIX. [...]Este progresso
contribuiu mais do que qualquer outra coisa para dar interesse prático à
questão se é realmente impossível que todos possam começar no mundo com uma
justa oportunidade de levar uma vida culta, livre das penas da pobreza e das
influências estagnantes das labutas excessivamente mecânicas; e esta questão
está sendo impulsionada pela crescente conscientização da época. A questão não
pode ser inteiramente respondida pela ciência econômica, pois depende em parte
das virtudes morais e políticas da natureza humana, e sobre estas matérias o
economista não tem meios especiais de informação: ele deve fazer o que os
outros fazem e conjeturar da melhor maneira possível. Mas a solução depende em
grande parte de fatos e inferências que estão na província da Economia, e isto
é o que dá aos estudos econômicos seu principal e mais alto interesse.” (p.79)
“Podia
esperar-se que uma ciência que cuida de questões tão vitais para o bem-estar da
Humanidade tivesse ocupado a atenção de muitos dos mais hábeis pensadores de
todas as épocas e estivesse agora bem encaminhada para a maturidade. Mas o fato
é que o número de cientistas da economia tem sido sempre pequeno em relação à
dificuldade do trabalho a realizar, pelo que a ciência está ainda quase na infância.”
(p.79)
“As
condições econômicas da vida moderna, embora mais complexas, são, sob muitos
aspectos, mais definidas do que as de tempos anteriores. Os negócios são mais
claramente distinguidos de outros assuntos; os direitos dos indivíduos quer em
relação aos outros, quer em face da comunidade, estão mais nitidamente
definidos e, acima de tudo, a supressão das barreiras e o florescimento da
atividade livre, do hábito da previdência e da iniciativa, deram uma nova
precisão e uma nova preeminência às causas que governam os valores relativos das
diferentes coisas e das diversas espécies de trabalho.” (p.80)
“Diz-se
com freqüência que as modernas formas de vida industrial se distinguem das
antigas por serem mais competitivas. Mas este juízo não é perfeitamente satisfatório.
O significado estrito de concorrência parece ser a disputa entre duas pessoas
orientadas especialmente para a venda ou a compra de alguma coisa. Esta espécie
de disputa é sem dúvida mais intensa e mais largamente difundida do que
costumava ser; mas isto é só uma conseqüência secundária, e se poderia quase
dizer acidental, das características fundamentais da moderna vida industrial.
[...]O termo “concorrência” adquiriu um sentido pejorativo, e veio a implicar
certo egoísmo e indiferença pelo bem-estar dos outros. É certo que há um
egoísmo menos deliberado nas formas antigas da indústria do que nas modernas,
mas também há um altruísmo menos deliberado. É a deliberação e não o egoísmo a
característica da era moderna.” (p.80, 81)
“Por
outro lado, a era moderna abriu indubitavelmente novas portas à desonestidade
no comércio. O avanço da ciência descobriu novos processos de fazer as coisas
parecerem o que não são, e tornou possível muitas novas formas de adulteração.
O produtor está agora muito distanciado do último consumidor e suas fraudes não
recebem a punição pronta e severa que cai sobre a cabeça de quem, limitado a
viver e morrer na aldeia natal, faça um papel desonesto com um dos seus vizinhos.”
(p. 81)
“Se a
concorrência é posta em contraste com a enérgica cooperação de trabalho não
egoísta para o bem público, então as melhores formas de concorrência são
relativamente perniciosas, e suas formas mais grosseiras e baixas são
abomináveis. Em um mundo no qual todos os homens fossem perfeitamente
virtuosos, a competição não teria lugar, mas o mesmo aconteceria com a
propriedade particular e qualquer forma de direito privado. [...] A História em
geral, e especialmente a das aventuras socialistas, mostra que os homens comuns
raro são capazes de um puro ideal altruísta por tempo considerável, e que as
exceções só se encontram quando o imperioso fervor de um pequeno grupo de
entusiastas religiosos não faz conta das coisas materiais em face da grandeza
da fé.” (p.83)
“Podemos
concluir, pois, que o termo “concorrência” não é muito adequado para designar
as características especiais da vida industrial da época moderna. Precisamos de
uma expressão que não implique quaisquer qualidades morais, boas ou más, mas
que indique o fato indiscutível de que o comércio e a indústria modernos são
caracterizados por maior confiança do indivíduo em si mesmo, mais previsão e
mais reflexão e liberdade de escolha. Não há para isto uma expressão adequada. Mas
Liberdade de Indústria e de Empreendimento, ou mais brevemente Liberdade
Econômica, está no bom rumo, e pode ser empregada na falta de algo melhor.
Naturalmente, esta escolha deliberada e livre pode dar lugar a uma certa
renúncia da liberdade individual quando a cooperação ou a associação parece
oferecer o melhor caminho para o fim almejado. Até onde essas deliberadas
formas de associação poderão destruir a liberdade na qual tiveram origem, e até
onde são capazes de levar à prosperidade pública, são questões que ultrapassam o
escopo do presente trabalho.” (p. 83,84)
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