Comentários sobre as características da economia açucareira
Destacam-se como as principais características da
Economia Açucareira no Brasil: Latifúndio, Monocultura, Concentração de Renda,
Dependência Externa, Concentração Populacional e Empresa Escravista. O objetivo
será abordar cada uma destas características, para entender como se deu esse
processo, datado por volta de 1534.
O
açúcar da cana era um artigo de luxo da Europa, pois não era acessível à grande
parte da sua população e era usado somente em ocasiões especiais ou como artigo
medicinal. Além disso, este não poderia ser produzido no Velho Continente, por
ser uma mercadoria de origem tropical. Portanto, todo o cenário estava dado
para que os portugueses iniciassem uma produção em larga escala deste produto
em sua colônia, custeando os gastos de transporte oceânico, compensando os
riscos, e proporcionando lucros para defesa e manutenção das colônias. Este
tipo de produção requeria que houvesse grandes quantidades de terras para a
plantação do produto. Daí surge o latifúndio, como base de uma idéia já feita
em Portugal com as sesmarias. Porém, é
importante ressaltar que, enquanto na metrópole esta foi uma espécie de
instrumento de reforma agrária, as sesmarias no Brasil representaram um meio
para conquista e consolidação de terras.
Como
a produção devia ser em larga escala, a monocultura pareceu ser a melhor
alternativa na colônia. Também se deve considerar o fato de que os portugueses
que vieram para o Brasil, não estavam interessados em fixar morada – assim como
foi na América Anglo-saxônica. Logo, não haveria por parte deles em intenção em
fazer o plantio de culturas diversificadas na terra. Entretanto, ao se fazer
isso, criava-se uma dependência externa de outros produtos necessários ao povo
que aqui estava.
Para
se ter a melhor produção possível da cana-de-açúcar, era necessário o melhor
lugar para o plantio. Apesar do primeiro engenho no Brasil ter sido localizado
provavelmente em São Paulo, foi na chamada Zona da Mata nordestina, onde se
encontrou as melhores condições climáticas e de solo para o plantio. Foi por
isso que houve uma concentração populacional na colônia durante o período
açucareiro.
Além
da concentração populacional, houve uma concentração de renda, pois todo o
fluxo estava somente nas mãos dos senhores de engenho e nos donos das
propriedades produtoras. Segundo Celso Furtado, 90% da renda gerada pela
economia açucareira dentro do país concentrava-se nas mãos da camada de
proprietários de engenhos e plantações.
Por
fim, pode-se colocar como característica da economia açucareira do Brasil o uso
de mão-de-obra escrava. Uma das dificuldades encontradas na implantação do
cultivo de cana-de-açúcar era a insuficiência de trabalhadores, tanto que a
própria metrópole sofria com este problema. Além disso, a contratação de
trabalhadores aumentaria custos, sem contar o risco de alguns deles acabarem se
tornando proprietários de terras devido à utilização de extensas unidades
produtoras. Portanto, a solução encontrada foi o uso de mão-de-obra escrava.
A
princípio tentou-se o uso de mão-de-obra escrava indígena. Mas, devido a sua
“indolência” e a “inadaptação aos trabalhos disciplinados” - além da oposição
da Igreja Católica, houve a substituição destes pela mão-de-obra escrava negra,
a qual já era usada por outras colônias e que movimentava intensamente o
tráfico negreiro naquele período.
Bibliografia Utilizada:
MENDONÇA, Maria Gusmão de. Formação Econômica do
Brasil. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
pesseoal obrigado, agora esto a compreender melhor.
ResponderExcluirAgradeço o comentário. Que bom que ele lhe foi útil.
ExcluirÉ um período pouco divulgado e seu artigo é muito esclarecedor.
ResponderExcluirObrigado pela participação.
ExcluirUma das razões pelas quais os holandeses invadiram e se fixaram no litoral do nordeste brasileiro é justamente para dominar o comércio do açúcar. Foi uma das primeiras manifestações protestante no Brasil, pena que com um interesse tão mesquinho.
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